Há cada vez mais comentadores no panorama televisivo. Pessoas que reúnem, em teoria, um conjunto de atributos que lhes permite ter opinião sobre todos os temas, desde o drama da saída de Daniela da Casa dos Segredos até ao pagamento de portagens nas Scuts. É esta a amplitude dos comentários. De todos os que enchem os écrans de televisão - João Gobern na RTPN enche o écran com alguma facilidade dado o seu volume - com os seus comentários, aquele que mais gosto de ouvir é Miguel Sousa Tavares. Porque, a meu ver, deixa as politiquices de lado. Critica e denuncia com base na informação disponível. Tem o lado mais terreno de todas as abordagens quando, a maior parte dos seus colegas de profissão, eleva o debate a um nível tal que ninguém percebe.
A este propósito reparo cada vez mais que dá sempre imenso jeito ter na manga meia dúzia de números que se atiram para o ar e deixam a ideia que se domina o tema. Não será com estranheza que à pergunta "Qual é o valor médio da fatura de electricidade em Portugal?", se receba a resposta "É 1/23 do PIB do Haiti". Porque ninguém vai ver qual é o PIB do Haiti, mesmo quando aparentemente é apenas um dos dois países - o outro é a Itália - que nos últimos 10 anos obteve o menor índice de crescimento deste indicador quando comparado com Portugal. É caso para dizer "Aideti que nos ultrapasses, aideti!".
P.
2 comentários:
Muito bom trocadilho... a verdade é que basta que a meia dúzia de portugueses lhe dê uma dor de barriga (dos que trabalham) e eles já nos passaram!
Aideti!
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