quinta-feira, 7 de outubro de 2010

Aprender a ensinar; aprender a aprender

Porreiro, pá! Assim classifico o excerto da conversa que ouvi ontem, na TSF, com um professor. Não cheguei a perceber qual era a disciplina que leccionava. Concentrei-me antes em algo fundamental que ele tentava passar ao auditório. Dizia que ensinar não era debitar matéria. Dizia que, nos seus tempos de aluno, faltava invariavelmente às aulas porque sentia que aprendia mais noutros locais. E que, a cada início de ano, dizia precisamente isso aos seus alunos. Que caso sentissem que aprendiam mais noutros locais - deu o exemplo do cinema - que não fossem às aulas.

Sr. Professor, deixe-me dizer-lhe que, durante a faculdade, apliquei muito bem essa máxima de faltar às aulas. Com distinção. Troquei invariavelmente aulas sobre Keynes e seus amigos por jogos de sueca com os amigos. Uma sueca não vale muito que um Keynes? Pois está claro que sim! E também matraquilhos. Não que tenha ficado a saber jogar muito melhor matraquilhos (dou uns toques à defesa) , mas isso já se deve a uma certa falta de jeito. Em matéria de cartas se me souber explicar do que se trata "A bisca lambida", eu agradeço.

Retomando. Os professores, segundo ele, são meros instrumentos para que os alunos aprendam a estudar e a desenvolver as suas capacidades. Não servem para fazer com que os alunos sejam meros receptores de informação. Há que ensiná-los a usar essa informação e a reflectir sobre a mesma. Clap, clap, senhor professor! Como eu o compreendo. Especialmente quando recordo a dimensão dos dossiers que tinhamos de estudar sobre matérias que depois não têm qualquer aplicabilidade na vida profissional.

Gostei de ouvir mas na TSF não percam o Governo Sombra às 19h00 na sexta-feira com João Miguel Tavares, Pedro Mexia e Ricardo Araújo Pereira. Esse programa é muito bom! No penúltimo programa não pude deixar de me rir com o conceito de "TeleFMI" como se fosse a "TelePizza" para designar o actual estado do País. Não percam.

P.

2 comentários:

Spaceman Spiff disse...

Do meu tempo de faculdade retenho:
- o número de horas a jogar ao sobe e desce;
- o número de horas a jogar sueca;
- o número de horas a jogar king;

Como alguns dos jogos eram a dinheiro... sim, retive qualquer coisa!

Pedro disse...

Ah bom. Ao menos isso!

P.