segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Circo da Solha

Lá fomos. Mais uma prova em como este blog tem poderes extraordinários. Estou em crer que hoje faz o jantar cá por casa. O título representa a tradução do famoso "Cirque du Soleil" mas adaptado à realidade nacional ainda que, para o ano talvez tenha que ser revisto, dado que também o peixe - não é um bem essencial?!?!?!?!?!?!?!?!? - vai ver o IVA revisto para 23% e pode nem sequer haver orçamento para solhas e afins. Talvez se volte a ter pipocas no intervalo. Sempre sai mais barato.

Este último espetáculo não é o melhor deles mas foi muito bom. Combinam, como sempre, números de ginástica - vamos chamar-lhe assim - com momentos de humor e malabarismo. Neste último ponto gostaria de salientar que sei fazer malabarismo com três bolas. O fulano - vamos chamar-lhe assim - do Circo da Solha fez com sete. Deve ter a mania. E, a dado momento, deixou cair uma delas. Toma lá que é para não te armares em chico esperto!

Qual é o sentido prático de fazer malabarismo? Serve essencialmente para distrair os frequentadores da secção de frutas nos hipermercados. Enquanto se juntam numa roda para me ver fazer malabarismo, a X. tem mais tempo para ir escolhendo o que levamos para casa. Assim escuso eu de fazer de grávida na linha de caixas para passar à frente dos outros.

O preço do espetáculo é, para não variar, um autêntico abuso. Se o acesso à cultura é um direito fundamental escrito na Constituição diria que a cultura, nestes casos, não é de todos. É só de quem pode. Ah, os bilhetes foram oferta (obrigado, obrigado, OBRIGADO!!). Senão não iríamos. São a prova provada de que não é necessário recorrer a animais para trazer público aos espetáculos.

P.

3 comentários:

Spaceman Spiff disse...

Um gajo a fazer malabarismo com dois pêssegos, uma melancia, um robalo e três solhas é cultura... e o povo a fazer malabarismo com o orçamento lá de casa, é o quê!?

andreices disse...

Muito bem visto!
Essa é a cultura de trazer por casa que nos obrigam a fazer. Não traz manual de instruções, mas se queremos sobreviver, temos de a fazer cada dia melhor, ou não aguentaremos o embate que se avizinha em 2011.

Pedro disse...

Ups. Reparei agora que ia escrever sobre fazer malabarismo com o orçamento doméstico em 2011 mas reparo que já existe um comentário nesse sentido!:) Para o cidadão comum não vai ser nada fácil.

P.