segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Companheiro

Há expressões ou palavras que, quando usadas, servem para definir uma classe. Exemplos disso mesmo são as palavras "camarada" vulgarmente usada nos comícios do PCP; "palhaço" vulgarmente usada na rotunda do Marquês de Pombal em Lisboa; "banana" usada de forma comum em mercados mas também em vários cenários de trânsito do nosso pequeno Portugal. Mas nestes últimos dois dias deparei-me com a expressão "companheiro". Esta é usada nos parques de campismo e serve para designar toda e qualquer pessoa que partilhe aquele espaço. Fora do parque somos perfeitamente desconhecidos. Dentro do parque somos "companheiros". A fronteira mede-se a partir do momento em que, mesmo na posse de um cartão de visitante, entramos no parque. Começamos, desde logo, a sentir que existe um clima e um aroma diferente. Tudo após termos passado a fronteira.

Como já não entrava num destes parques há largos anos, houve como que um reavivar de memórias de outros tempos. Reconhecer a existência de espaços comuns como a sala de jogos ou a zona de desporto e bailarico, conviver de perto com a simpatia dos vizinhos e com o cumprimento constante e habitual de quem passa junto da roulotte, jogar à sueca enquanto os mais pequenos se resguardam no sono, lavar a loiça em áreas comuns, ver a fila de tendas sabiamente montadas ao longo do parque são tudo memórias do antigamente que vi recuperadas.

Recordar e viver tudo isto foi super agradável. E dá-me uma vontade enorme de o voltar a viver. O próximo passo é adquirir uma tenda. O passo a seguir é reconhecer as minhas limitações em montar a referida tenda. O terceiro passo é pedir ajuda a um companheiro neste mesmo processo. Porque, sejamos ou não visitantes, todos somos tratados por igual. E da melhor forma. Como os companheiros devem ser tratados.

P.

5 comentários:

Spaceman Spiff disse...

Amigo, Companheiro, palhaço desta luta... o aroma que se sente quando se entra num parque de campismo deve-se às quantidades industriais de feijão enlatado que lá se come!

Tazmania disse...

Dá-lhe falâncio! Kirikiri Kirikiriki! Kirikiri Kirikiriki!

Silvia disse...

Ja nao precisas ter jeito pa montar a tenda... compras uma dakelas da quechua que abanas 3 vezes no ar e ela em 2 segundos cai no xão ja montada :p heheh

Pedro disse...

Gosto do pormenor de abanar 3 vezes no ar. Se for duas já não dá!:)

P.

Silvia disse...

Correcto e afirmativo!