quarta-feira, 29 de dezembro de 2010

Parece-me bem!:)

Saiiiiiiiiiiiiii um destes, sff!

P.

7 comentários:

Spaceman Spiff disse...

Fica aqui uma das melhores postas do Fernando Alvim esta esteve para sair in Jornal o Metro, Julho 07 mas não saiu:

"Gosto de usar um bom palavrão de vez em quando, e acreditem que não é só na intimidade. Mas um palavrão mais do que uma qualquer palavrinha, não pode ser usado de forma displicente. Por isso é que é um palavrão caramba. Uma palavrinha é uma menina, um palavrão é um homenzarrão com barba rija. E um bom palavrão tem que ser dito com a boca toda, cuspindo ira e raiva, zurzindo revolta, revirando os olhos como nos filmes do Freddy Krugger e fazendo lembrar as manifestações da UGT UNIDADE SINDICAL, quando gritavam "40 horas já!" ainda com Torres Couto, ostentando um fartíssimo bigode.

Daí que um palavrão não possa ser usado de animo leve. E foi exactamente o que se viu, no início dos anos 90, quando os trailers dos filmes portugueses os ostentavam de forma luxuriante. Ficou famoso o trailer de Adão e Eva, onde Maria de medeiros dizia: Vai à merda! e o outro Joaquim dizia: Vai tu. E em casa, em frente ao computador, eu comentava: De facto, deviam ir os dois.

Contudo, o meu palavrão preferido é foda-se. No domínio da moda, diria que o foda-se é o Armani dos palavrões. Mas o mais curioso, é que usado de forma isolada, o foda-se não tem a impetuosidade que lhe é pedida. O foda-se, precisa sempre de um auxiliar, da mesma forma que o Jardel precisava do João Pinto para os centros, a Teresa Guilherme do Manuel Luis Goucha, os Gémeos Castro da maratona das amendoeiras. O foda-se precisa – e peço já desculpa pelo vernáculo – o foda-se precisa de um sonoríssimo caralho. Um foda-se caralho é superior a 200 foda-se. Eu quando estou muito chateado digo foda-se caralho, e quando só amuo e abano as orelhitas em sinal de resignação digo simplesmente, foda-se. Na verdade, digo foda-se e lá vou indo.

No domínio dos palavrões, não há ninguém melhor que o pessoal da bola para servir de exemplo, e a esse nível constato com grande inquietude que o palavrão preferido dos jogadores de futebol é: "puta". A bola vai ao poste e "puta!". Bola fora e "puta!". E até já vi – aqui vos juro – o Liedson a falhar um lance de cabeça, olhar para o céu e quando todos pensavam que fosse pedir ajuda a Deus, apenas disse " puta!".
Nisso os jogadores são diferentes dos treinadores. Os treinadores não são adeptos do palavrão "puta" mas tão só do já referido "Foda-se caralho". Treinador que seja um treinador a sério, tem que se levantar do banco logo a seguir a um lance falhado da sua equipa, e dizer um mais do que justíssimo: Foda-se caralho. Nomes como Jorge Jesus, José Mota, Toni e até Jesualdo Ferreira são dos melhores embaixadores do "foda-se caralho!". Autênticos foda-carelhenses de excepção. Não existissem estes valorosos homens e esta expressão não seria hoje esta estupenda referência nacional. Muito bonita, de resto."

Pedro disse...

Clap, clap. Brilhante!

P.

Spaceman Spiff disse...

Já agora e para não dizerem que o Spiffman (como alguns carinhosamente lhe chamam) é um, este ou aquele, tb fica aqui outra coisa escrita pelo senhor em que me revejo... particularmente no ultimo parágrafo (e esta saiu no dito jornal):

"Esta coisa de gostar de alguém não é para todos e por vezes — em mais casos do que se possa imaginar — existem pessoas que pura e simplesmente não conseguem gostar de ninguém. Esperem lá, não é que não queiram — querem — mas quando gostam — e podem gostar muito — há sempre qualquer coisa que os impede. Ou porque a estrada está cortada para obras de pavimentação. Ou porque sofremos de diabetes e não podemos abusar dos açúcares. Ou porque sim e não falamos mais nisto. Há muita gente que não pode comer crustáceos, verdade? E porquê? Não faço ideia, mas o médico diz que não podemos porque nascemos assim e nós, resignados, ao aproximar-se o empregado de mesa com meio quilo de gambas que faz favor, vamos dizendo: “Nem pensar, leve isso daqui, que me irrita a pele.”

Ora, por vezes o simples facto de gostarmos de alguém pode provocar-nos uma alergia semelhante. E nós, sabendo-o, mandamos para trás quando estávamos mortinhos por ir em frente. Não vamos. E muitas das vezes sabendo deste nosso problema escolhemos para nós aquilo que sabemos que invariavelmente iremos recusar. Daí existirem aquelas pessoas que insistem em afirmar que só se apaixonam pelas pessoas erradas. Mentira. Pensar dessa forma é que é errado, porque o certo é perceber que se nós escolhemos aquela pessoa foi porque já sabíamos que não íamos a lado nenhum e que — aqui entre nós — é até um alívio não dar em nada porque ia ser uma chatice e estava-se mesmo a ver que ia dar nisto. E deu. Do mesmo modo que no final de dez anos de relacionamento, ou cinco, ou três, há o hábito generalizado de dizermos que aquela pessoa com quem nos casámos já não é a mesma pessoa, quando por mais que nos custe, é igualzinha. O que mudou — e o professor Júlio Machado Vaz que se cuide — foram as expectativas que nós criámos em relação a ela. Impressionados?

Pois bem, se me permitem, vou arregaçar as mangas. O que é difícil — dizem — é saber quando gostam de nós e quando afirmam isto, bebo logo dois “dry” Martinis para a tosse. Saber quando gostam de nós? Mas com mil raios, isso é o mais fácil, porque quando se gosta de alguém não há desculpas nem “Ai que amanhã não dá porque tenho muito trabalho”, nem “Ai que hoje era bom mas tenho outra coisa combinada” nem “Ai que não vi a tua chamada não atendida”. Quando se gosta de alguém — mas a sério, que é disto que falamos — não há nada mais importante do que essa outra pessoa. E sendo assim, não há SMS que não se receba porque possivelmente não vimos, porque se calhar estava a passar num sítio sem rede, porque a minha amiga não me deu o recado, porque não percebi que querias estar comigo, porque não recebi as flores que pensava não serem para mim, porque não estava em casa quando tocaste.

Quando se gosta de alguém temos sempre rede, nunca falha a bateria, nunca nada nos impede de nos vermos e nem de nos encontrarmos no meio de uma multidão de gente. Quando se gosta de alguém não respondemos a uma mensagem só no final do dia, não temos acidentes de carro, nem nunca os nossos pais se sentiram mal a ponto de impossibilitar o nosso encontro. Quando se gosta de alguém, ouvimos sempre o telefone, a campainha da porta, lemos sempre a mensagem que nos deixaram no vidro embaciado do carro desse Inverno rigoroso. Quando se gosta de alguém — e estou a escrever para os que gostam — vamos para o local do acidente com a carta amigável, vamos ter com ela ao corredor do hospital ver como estão os pais, chamamos os bombeiros para abrirem a porta, mas nada, nada nos impede de estar juntos, porque nada nem ninguém é mais importante do que nós."

Pedro disse...

Há que ter noção que assim o livro do blog passa a ter 2355 páginas e 33 volumes. Por mim tudo bem.

P.

Madrecita disse...

La vai o indiano ficar cada vez mais baralhado com o peso do blog.... :)

Spaceman Spiff disse...

Peço desculpa ao indiano... mas sempre ficam umas citações do grande Fernando Alvim!

Pedro disse...

कोई बात नहीं!

Jaiho!

PS. Sem problema.