Invariavelmente, ao final do almoço, juntamo-nos para dar uma volta pela Avenida. Chamamos-lhe "a voltinha dos tristes". O nome não é feliz. É aliás bem triste e, de certa forma, desajustado face à realidade. A voltinha dos tristes é o que nos permite falar e conhecer melhor as pessoas. É o que permite falar de variadíssimos temas e conhecer os hábitos e costumes de cada um. E onde acabamos por rir e comentar aquilo que observamos diariamente.
É aquilo que me possibilita recolher postais - para juntar à coleção -, alambazar-me nos gelados do Santini, passar pelas pessoas que descansam nos bancos da rua, ver as pessoas que fazem o seu negócio de troca de cromos para múltiplas cadernetas e olhar de lado para o preço da roupa das lojas de alta costura.
Mas há um ponto na voltinha que me deixa sempre pensativo. Não gosto absolutamente nada de ver os cães que invariavelmente acompanham os sem abrigo. Se estas pessoas, desfavorecidas, não têm dinheiro para se sustentarem a elas próprias, então porque razão é que têm tantos animais? Francamente não percebo e custa-me ver as condições em que estes subsistem.
P.
3 comentários:
A razão é mesmo a falta de sustento, em tempo de verdadeira crise... vai o canito... O cabrito, o cabrito! (quase que me enganava)
Muito bom!
P.
E aqueles canitos que estão na baixa, com o cestinho na boca, para as pessoas porem as moedas? Coitados:(
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