quinta-feira, 10 de fevereiro de 2011

Porta entreaberta

Os Deolinda estrearam há dias, no Coliseu de Lisboa, uma nova música que é o resumo perfeito da vida de uma geração intitulada "Que parva que eu sou". Uma geração marcada pela necessidade de ter anos acumulados de ensino que muitas vezes não servem para nada. Uma geração que sai muito tarde de casa dos pais e que tarda em ser independente. De uma geração com ideias mas sem possibilidade de as aplicar. De uma geração frustrada e frustrante por não conseguir sair deste seu caminho. De uma geração que se questiona o que é que é preciso fazer (mais) para mudar.

Nas condições em que estamos reconheço uma enorme mais valia a todos nós. Sermos capazes de gerir o (pouco) que temos quando comparados com o salário que a mesma função proporciona noutros países europeus é heróico. Sermos confrontados todos os dias com a má gestão do dinheiro público e com os compadrios que fazem promover apenas aqueles que são fracos mas poderosos é o sintoma de que qualquer um de nós, noutras condições proporcionadas por outro país, poderia estar bastante melhor. Ir para fora e estar lá fora nunca será uma porta fechada. Mesmo que ela, num dado momento, tenha parecido encerrar-se eu vejo-a sempre entreaberta.

P.

1 comentário:

Spaceman Spiff disse...

Isto fecha-se uma porta abre-se sempre uma janela... a porra é se for no 16º andar!