terça-feira, 25 de janeiro de 2011

O que é queres ser quando fores grande?

Cá está ela. A pergunta que todos nós ouvimos, quando éramos pequenos, e que no fundo procurava averiguar qual era o nosso desejo profissional. Logo ali, aos 3 ou 4 anos. É a partir desta idade que os pais, restante família e amigos procuram verificar quais são os talentos das crianças na expetativa de, entre outras coisas, as colocarem num concurso de talentos ou pressentirem que podem estar na presença do próximo mini Cristiano Ronaldo. Mesmo quando isso implica que se partam alguns bibelots lá por casa já que isso é entendido como sendo um investimento para uma carreira futura.

Quando era pequeno tinha duas ambições: ser cowboy ou ser caixa de supermercado. Só não acumularia porque, como todos sabemos, não se podem levar animais para dentro dos supermercados e não existiria nenhuma trela para cavalos.

Vamos por partes. No que respeita ao cowboy, o que me fascinava era a parte das pistolas. O facto de ter uma arma de fogo significava ter poder ainda que o fogo fosse em formato de estalido. De uma pólvora seca que me fazia lembrar o cheiro dos ovos mexidos queimados. Ser cowboy era também a possibilidade que eu tinha de domar um animal de grande porte. De andar de cavalo e de, à falta de eu próprio a ter, poder usufruir de uma crina. E de relinchar. Também nunca dominei essa parte. In(felizmente) basta olhar para os classificados dos jornais que rapidamente se percebe que a profissão "cowboy" caiu em desuso. Se percorrermos alfabeticamente as profissões verificamos que rapidamente passamos de costureira/o para cozinheira/o.

Já a profissão de caixa de supermercado tinha, para mim, outro tipo de encanto. Entendia que, no final do turno, todo o dinheiro que aquela pessoa tinha amealhado ao longo dia na caixa seria para seu próprio usufruto. Chegava ao final ao dia, recolhia as notas e moedas e diria: "Então até amanhã". Também percebi, anos mais tarde, que não era bem assim. Isto mesmo considerando que naquela altura eu já dizia que queria apenas fazer o turno da noite para ficar com o dinheirinho.

Isto para dizer que, de acordo com um de muitos estudos, 90% não exerce a profissão dos seus sonhos. E que destes 90% muitos deles não sabem sequer o que querem fazer profissionalmente na vida. Eu soube no passado e acredito que tenho uma noção aproximada no meu presente. Mas ainda assim, e se não for pedir muito, podem por favor ver se nos jornais que lêem diariamente não há um qualquer anúncio que diga: "Cowboy, precisa-se!"?

P.

2 comentários:

Spaceman Spiff disse...

Olha, podíamos abrir negócio. quando era pequeno queria ser Indio, a tal ponto que certo dia peguei fogo a uma meda de palha (para quem não sabe o que é) do meu avô,e fui dizer que tinha visto uns indios a atirar umas setas a arder... tinha 5 anos, e eu julguei que todos tinham acreditado! :)

Madrecita disse...

Prometo que vou estar mais atenta aos anúncios de emprego::::), se bem que ache que cowboy é uma profissão um biocado arriscada! Pode ser que o subsídio de risco compense....