domingo, 30 de janeiro de 2011

As cores dos lápis

O filme "A rede social" ganhou recentemente um Globo de Ouro para melhor filme do ano 2010 e e é um dos mais fortes candidatos a ganhar a estatueta (tem um valor percebido muito maior do que o seu valor real) nos Óscares que estarão aí a chegar dentro em breve. Mas o filme estranhamente não retrata um pormenor que hoje foi partilhado comigo nessa mesma rede e que até podia ser o garante da vitória nessa cerimónia (podiam filmar esse excerto da conversa).

E qual era? Quando era pequeno, com os meus 5 ou 6 anos, eu só usava lápis de cor azuis, verdes, vermelhos, amarelos e castanhos para fazer qualquer ilustração. Para mim não existiam outras cores a não ser estas! Se me falassem, por exemplo de rosa, para mim nunca passaria de ser apenas e ser só a minha tia Rosa. Nunca seria uma cor. Estaria perfeitamente longe do meu imaginário que rosa sequer se atrevesse a pintar. A não ser que a tia Rosa tivesse lápis de cor azuis, verdes, vermelhos, amarelos ou castanhos. Aí podia pintar à vontade.

Relembrarem-me nisto é auxiliarem-me num pedaço da minha memória porque eu já não tinha esta noção. A noção de que tinha um conjunto de apenas cinco lápis e que pintava tudo e todos apenas com estas cinco cores. Se eu quisesse, por exemplo, pintar a criança de Luciana Abreu e Yannick Djaló pintava-a de castanho, amarelo e azul. Isto para dar um exemplo. Porquê o azul? É o pijama. Só por isso. O amarelo seria o sorriso.

Como felizmente desse período da minha vida - infância - ainda tenho alguns amigos (poucos) vou ver se conjuntamente nos conseguimos lembrar de mais coisas. Este pedaço de história foi simplesmente maravilhoso. Remexer neste tipo de passado - das coisas pequenas que os outros se lembram de nós - é muito engraçado.

PS. A melhor piada que alguma vez me fizeram sobre pintura foi quando me indicaram que eu seria uma espécie de monalisa (por ser careca).

P.

2 comentários:

Madrecita disse...

E quem é que se lembrou disso? Eu também me lembro que havia uma certa "troca" de cores, o que tornava certas coisas muito "originais":):).

Spaceman Spiff disse...

Eu também fui sempre muito bom a pintar... a manta! :)