Cone ou copo?

Tentámos ir ao Santini (em Cascais) sem sucesso. Quer dizer...não se pode falar de insucesso num espaço que por si só é um sucesso. Basta ver a dimensão da fila para perceber que naquela casa se vende algo muito especial. O que é? Não sei. Não fiquei à espera e portanto permanece como sendo uma incógnita na minha vida.

O sinal de que o bom tempo está de volta é o número de esplanadas e gelatarias que agora parecem surgir com uma força renovada. E estas últimas sempre foram para mim um mistério. E porquê? Porque nunca tive jeito para comer gelados em cones. Se ainda fosse em paralelipipedos rectangulares, tudo bem. Agora em cones? Uma chatice. Mas não resisti ao desafio.

Lá ao fundo estavam umas maquinetas que aparentemente vendiam gelados do outro mundo. Em poucos sabores. Mas todos eles prometedores. Um deles dizia Pistácio. E eu achei piada ao nome. Mas temi que, tal como me acontece na palavra "Sushi" - em que digo "Xuxi" - me pudesse sair algo meio tolo como "Pestáxio". E não arrisquei. Assim a combinação baunilha e chocolate ganhou claramente a corrida. São dois dos meus sabores favoritos que quando combinados ganham pontos. À semelhança do Festival da Canção mas na versão gelado.

Seguia-se a escolha do cone. Porque o copo é demasiado básico. Escolhi o tamanho maior. Porque se a ideia é tentar garantir alguma dignidade ao gelado tenho de lhe dar tempo para não começar a cair desenfreadamente sobre os meus dedos. Felizmente que levei sapatos, senão à data de hoje, estaria provavelmente a lamber os dedos dos pés. Iaaaaaaaaac, dirão alguns! Grande elasticidade, dirão outros! Eu fico pela ideia de tal não ter acontecido.

Este regresso ao mundo dos cones - e aos dedos a saber a gelado - foi bom. É sinal que as noites sugerem passeios e que o bom tempo está para ficar. Tenho é de aprimorar a técnica de apreciar estes momentos sem fazer figurinhas.

P.