sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Queimar as pestanas

Este foi um ano recorde em termos de admissão de novos alunos ao ensino superior. Cerca de 88% dos alunos que se candidataram na primeira fase tiveram colocação. E isso é excelente. Existe também uma grande percentagem de pessoas que já fazem pós-graduações e mestrados. É um sinal claro de evolução e de um maior interesse do público em geral por um maior grau de formação académica com correspondente impacto na vida profissional.

Mas há aqui dois pontos que me conferem algumas dúvidas: o primeiro está relacionado com o montante necessário para fazer uma pós-graduação ou um mestrado. Sempre que pesquiso por novos cursos que sejam do meu interesse constato que é tudo caríssimo! O comum dos mortais não tem capacidade financeira - a menos que abdique de tudo e mais alguma coisa - para fazer um investimento de milhares de euros em pós-graduação ou mestrado. Não dá. Não chega. O segundo é que desconfio muito que exista uma correspondência clara entre maior formação e valorização por parte da empresa.

Por isso só mesmo por um verdadeiro achado que irei queimar novamente as pestanas. E porque geralmente associava o estudo a lanches e lanches consecutivos. Por isso já pode valer a pena. Se houver torta de laranja, então acho que não resisto.

P.

3 comentários:

Spaceman Spiff disse...

Apenas para dizer que pus a sogra no prego para tirar o mestrado, e não vale a pena... a cabra fugiu e os tipos do cobrador do fraque vieram a casa buscar o dinheiro, resultado: i) fiquei sem o dinheiro; ii) levei um enxerto de porrada; iii) continuo ignorante; iv) tenho outra vez a porra da sogra lá em casa a enfardar tudo o que tenho no frigorífico! Por esse motivo, nem lancho quanto mais Torta de Laranja!

Tazmania disse...

Caro Pedro, concordo inteiramente com a tua opinião. As certificações que estou a tirar, não só estão avaliadas a preços exorbitantes em Portugal como não têm grande valorização por uma boa parte das empresas nacionais... pelo menos nada que se compare ao velho factor C. Felizmente no país onde estou a residir (Wales) o que acontece é justamente o contrário. As minhas certificações não só são um requisito obrigatório das empresas, como é financiado pelas mesmas em parceria com o estado. Ficam, neste caso, todos os lados a ganhar.

Xana disse...

Pois. É caro e com uma agravante: temos que ter cuidado na escolha do curso. Com Bolonha, há muitos miúdos que avançam de imediato para o mestrado, retirando a componente de partilha de experiências profissionais, que considero muito importante neste tipo de formação.
Vejo-me mais a fazer formações mais tácticas, focalizadas em alguma área de especialização que traga de facto uma mais-valia à minha função, no dia-a-dia.