A revista Visão desta semana traz à baila (é uma expressão corriqueira que eu gosto de usar) o tema dos salários sem tabus - haver transparência na forma como os trabalhadores têm conhecimento sobre os salários dos colegas -, o papel do salário na motivação dos colaboradores e uma análise ao salário mínimo e médio registado em Portugal em comparação com a União Europeia.
Começo pelo último ponto. Sabia que os países nórdicos, de uma forma geral, tinham os melhores vencimentos da União Europeia mas não tinha perceção que o fosso fosse tão gigantesco face à generalidade dos restantes países e que existissem outros onde o vencimento fosse tão elevado (como o caso da Irlanda). A imagem que eu tenho, ainda que errada dos países nórdicos, é de um conjunto de elmos. E que eu saiba, pela última cotação do elmo, não é algo que seja assim tão caro. Assim para quê tanto rendimento, hem?
Acerca do papel do salário na motivação dos colaboradores, parece-me ser uma variável absolutamente determinante no aspeto motivacional. Não pertenço à classe daqueles que defendem que o salário, por si só, é a única variável relevante no trabalho. Adiciono a esta as componentes de realização pessoal e satisfação profissional. Ganhar mais não significa, por si só, viver melhor.
Por último, e sobre o salário dos colegas (dentro e fora da empresa no mercado em que nos situamos), a informação deveria ser muito mais transparente. Porque o salário deveria estar associado ao nível de responsabilidade e capacidade de gerar valor para as empresas e, se assim é, não há motivo para ser omitido e deixa de haver espaço (margem) para qualquer tipo de dúvidas.
Ahhhh, já me esquecia. Uma autêntica vergonha o valor de remuneração e subsídio de refeição do Presidente da TAP, Fernando Pinto. Neste último caso são 1123€.
P.