Há uns anos largos - talvez uns dez que acabam por demonstrar que estou a ficar velho - trouxemos um animal do Algarve para dar a uma amiga minha. Por animal entenda-se uma gata dado que, apesar do circo Chen estar nessa altura também pelo Algarve, não conseguimos negociar a venda de um dos lamas para trazer no porta bagagens.
À gata chamámos Catarina. Poderia ter também sido Katarina mas nessa altura tal não nos ocorreu e depois de fazer o registo do nome do habitual torna-se difícil mudar. Para além de que o som do "K" é completamente diferente do som do "C" e perante a frase: "Katarina, está na mesa" temíamos seriamente que ela jamais nos respondesse.
Adiante. Por razões várias, essa minha amiga acabou por não poder ficar com a gata e acabámos por adotá-la. Ficou por casa da minha avó como animal de companhia. Mas o problema está no facto de que, provavelmente traumatizada por ter saído da terra dela (e da proteção da mãe) em idade tão jovem, a Catarina demonstrou desde sempre ser um animal selvagem. Existem ali traços muito claros de um qualquer trauma de guerra que a leva a reagir a qualquer pessoa estranha com uma agressividade fora do normal.
Hoje, passados estes anos, e para que ela possa ter uma vida melhor - infelizmente está agora sozinha em casa (num T3 só para ela mas sem piscina) - a minha mãe está a tentar colocá-la numa caixa para a conseguir transportar. Pela voz percebi que a tarefa não está a ser propriamente simples. Se há altura em que faz sentido ter uma tatuagem com o nome "Amor de mãe" é esta. Porque sei bem a dificuldade pela qual estás a passar para apanhar a pantera negra de Queluz (uma espécie de Eusébio mas em animal e a jogar menos à bola).
Força!
P.
1 comentário:
Foi mesmo uma tarefa MUITO dificil, mas consegui! E, se calhar, acabamos mesmo por trazer algum animal "menos domestico" do Circo que estava no Algarve:).
So espero que o novo dono nao a devolva:). Beijos e obrigada pela "força".
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