domingo, 17 de maio de 2020

Se tenta soprar, apagam-se as velas!

Ontem foi dia de aniversário da mãe. 

70 Primaveras. É curioso que, quem faz anos na primavera, pode efetivamente dizer: "Olha, celebro hoje 70 primaveras". Mas e o outono? "Olha, celebro hoje 70 outonos". Já não é a mesma coisa e é de uma total injustiça para com as diferentes estações do ano. 

O dia foi ótimo. De reencontro familiar após mais de dois meses de confinamento. 

Antes do Covid-19, neste dia tínhamos planeado ir a Roma celebrar o aniversário e ver o torneio de ténis da cidade. Com o raio do vírus, mudámos de planos, baralhámos as letras da palavra Roma - e agora um rufo sff -  e tivemos um dia de partilha de ....Amor! 

Foi mesmo um dia especial. 

E por vários motivos:

1. Cantámos os parabéns e mantivemos a já tradicional prática de chamar diferentes nomes à aniversariante. Explico: 
(...) neste dia de festa, cantam as nossas almas, para a menina Fátimaaaaaaa, uma salva de palmas. 
(...) neste dia de festa, cantam as nossas almas, para a menina Mãeeeeeeeee, uma salva de palmas.
(...) neste dia de festa, cantam as nossas almas, para a menina Avóóóóóóóó, uma salva de palmas.
(...) neste dia de festa, cantam as nossas almas, para a menina Mitááááááááá, uma salva de palmas.

Numa coisa concordamos: as almas cantam, quiçá um pouco desafinadas, e há uma salva de palmas. Só uma que não estamos em tempo de grandes despesas. 

2. As fotografias ao bolo mostram bem a ligação entre o bolo em si e rissóis, o que faz todo o sentido para este espaço blogueiro. 


3. Foi tempo de risota e de já traçar alguns planos para os próximos meses. O que, nos tempos que correm, é sinal de esperança de dias diferentes e mais positivos.

4. Também especial porque desde 1981 que não via o meu pai com tanto cabelo. Sim, sim, eu lembro-me das coisas desde que nasci. Às vezes só não sei é onde é que tenho a carteira, as chaves de casa, as chaves do carro, a trela do Artur, a coleira do Artur. Tirando isso, grande memória!

5. Jogámos poker ao final da noite. Mas com regras, que isto não é à balda: 
- Para não jogarmos a dinheiro, jogámos com pregos e parafusos. Cada prego valia um ponto e cada parafuso valia dois pontos. 
- Cada jogador podia ter as regras das sequências do Poker no telemóvel, porque ninguém sabe aquilo de memória, e estávamos a aprender as regras. Isto é mais ou menos o equivalente a tirar a carta, com o código de condução no banco do pendura. 
- Em caso de ruína do jogador, era permitido que se juntasse a outro parceiro mais abonado em pregos e parafusos. 

No final ficámos a perceber o essencial: se não temos cuidado, a mais nova daqui a uns anos quando crescer, hipoteca a casa, o carro e todos os bens numa única aposta. All in!

6. O principal foi mesmo estarmos juntos de novo, sorridentes e bem dispostos!


Corroios foi muito, muito, muito melhor do que Roma.
Para o ano há mais. Bolo, rissóis e Poker (caso o T4 na Arrentela não tenha sido ainda hipotecado).

P.

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