A minha avó Luísa deixou-nos há cerca de 2 meses. Não há um dia que passe sem pensar nela afogado num mar de saudades.
A avó levou-me ao colégio.
A avó trazia-me do colégio.
A avó esperava por mim, à saída do colégio, quando eu saía felicíssimo porque conseguia ganhar os concursos de matemática.
A avó esperava por mim, à saída do colégio, e dava-me apoio porque eu sempre fui péssimo em trabalhos manuais e a avó Gi (a mãe da proprietária do colégio) teimava em fazer com que todos nós fossemos costureiros de profissão.
A avó preparava os almoços, lanches e jantares com uma dedicação extrema.
A avó barrava o pão com marmelada (que eu adoro!) com uma precisão e fineza que contrasta com a forma apressada e desorganizada que eu uso. Eu não barro. Coloco lascas de marmelada em cima do pão.
A avó acompanhava as nossas conversas. Conversas sobre os amigos, família e sobre o dia a dia com uma atenção impar.
A avó tinha uma paixão inesgotável pela filha.
A avó tinha uma paixão inesgotável pela filha.
A avó ria-se das piadas dos netos.
A avó participava nas brincadeiras das bisnetas. Escondia-se atrás das cortinas.
A avó acompanhou-nos nos estudos. Só não nos ajudava a fazer equações porque não sabia. Mas equacionava, de forma invulgar, tudo aquilo que nos desse a tranquilidade necessária para sermos bem sucedidos. E somos.
A avó gostava de me ver sem barba. Perguntava sempre: "Então essa barba, não se faz?"
A avó perguntava sempre pela Xaninha quando, por alguma razão, não estávamos juntos.
A avó subia as escadas do nosso prédio todos os dias. Mesmo que lhe custasse. Com uma determinação e garra que sempre nos mostrou que podemos sempre chegar mais longe.
A avó ia connosco de férias. Muitas vezes. E algumas vezes atrevia-se a ir ao mar. E numa dessas vezes perdeu os óculos nas ondas do mar numa cambalhota que ficou para a eternidade.
A avó trocava o nome dos netos. Mas não trocava o amor que nutria por eles por nada.
A avó tropeçava com regularidade mesmo quando o chão era liso. Eu sempre tive dificuldades em usar chinelos sem tropeçar. Porque será?
A avó fazia malha e renda com uma qualidade invejável.
A avó adorava animais. Amou o Nico. Amou a Catarina.
A avó, quando batiam à nossa porta, dizia-nos baixinho: "Não está ninguém!". Tudo para nos proteger.
A avó foi, é e será sempre a pessoa mais generosa que alguma vez conheci, conheço e conhecerei. De uma bondade sem limites. E eu tenho a certeza que no dia dos meus anos, a 22 de Maio, ela foi a primeira pessoa que me desejou os parabéns. Às 06h30 acordou-me e deu-me um beijinho.
A avó Luisa era simplesmente avó. Porque só isso bastava para ser ela. Inigualável.
Eternas saudades. Um eterno amor.
P.
Que homenagem tão bonita.
ResponderEliminarA Dª. Maria Luísa era uma grande senhora e uma grande avó. Com o tamanho do amor que tinha por ti, irá continuar a acompanhar-te sempre.
Beijinho grande
ADORO! A minha avó felizmente ainda é viva, mas revi no teu texto momentos tão felizes da minha infância com ela. :) Obrigada por isso! :) Um beijinhos à "avó Luísa", à minha avó e a todas as queridas avós por esse mundo fora.
ResponderEliminarMuito amor em cada palavra. ♥♥♥
ResponderEliminar:)
ResponderEliminarMO
Esteja ela onde estiver,estará sempre connosco, para "tomar conta" de nós. ♥♥
ResponderEliminarBeijinhos.
:)
ResponderEliminarObrigado pelas mensagens.
P.