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segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Nós fomos. U2?

Foi um concerto memorável. Muito Bono, mesmo! Foi provavelmente o melhor concerto da minha vida naquela que é considerada por muitos "A melhor banda do Mundo". Os DZRT já reclamaram o estatuto mas como é que se pode elevar uma banda que tem nome de sobremesa a um posto de banda principal? Sobremesa é no fim. Não é um prato principal, meus caros. Não é evidente que assim não chegavam lá? Claro!

Coimbra recebeu mais de 40.000 pessoas para o mega concerto dos U2. Mas também recebeu uma dose de chuva que foi uma coisa jeitosa. Centenas, milhares de pessoas acorreram às lojas na expectativa de poder contrariar a vontade de S. Pedro e terem algo com que se abrigar. Ainda tentei falar com o meu homónimo "Oh São, mas que é isto, pah?". Mas nada. Alegadamente quem é Santo não fala com terrestres. São coisas divinas em que não nos podemos intrometer. Os impermeáveis voaram - até porque estava vento - e por isso restou ao comum dos mortais comprar plástico a metro e fazer um buraco no plástico para colocar a cabeça. Uma espécie de gigantone que se tornou bastante popular em Coimbra. Tenho ideia que nunca nos tiraram tantas fotos (e sim, eu tenho fotos) nem mesmo em casamentos e batizados.

Foram muitas horas à espera daqueles senhores. Contavam-nos que vieram de helicóptero do Porto até Coimbra. Não queriam pagar portagem. Só pode. Nós apanhámos o autocarro até ao estádio. Tínhamos uns vouchers, adquiridos em Lisboa, que devíamos trocar por bilhetes de autocarro. A troca aconteceu num local devidamente assinalado. Uma carrinha que tinha dois senhores que pareciam estar a vender droga. Os vouchers eram trocados à janela mais ou menos no mesmo tom em que se diz "Eu preciso, eu preciso. São duas doses". E fazia-se logo a troca. Eu não faço ideia se o termo certo é dose. Lamento se existe aqui algum erro técnico. Já não me drogo há uns anos, ok?:)

A segurança era bastante apertada. Nunca mais me hei-de esquecer quando perguntaram "Leva águas na mala? Não, eu só levo bombas". O segurança riu-se e deixou passar. Foi épico. Não tenho cara de terrorista, o que me deixa muito mais descansado. O verdadeiro terror estava dentro do estádio com o número de pessoas a crescer a cada minuto. "Olhem que isto não é nenhum concerto do Padre Borga", disse eu na expectativa de criar algumas desistências. Mas não. Nada. Era cada vez mais gente associada a uma chuva que teimava em não parar.

Próximo da hora do concerto, a chuva deu tréguas. São Pedro foi jantar, pensei eu. A organização deve ter pensado o mesmo. O palco, inovador e imperial (no sentido em que se vendiam cervejas no local, só isso), parecia ganhar vida com a primeira banda a entrar no palco. Os "Porquinhos da Ilda" abriram a noite...Pronto, não foram. Com muita pena nossa. Depois, e tremendamente ovacionados, chegaram os senhores por quem Coimbra esperava. É muito mais do que um concerto de música. É um verdadeiro espetáculo. Muitas vozes no público complementaram a voz do artista - o Bono teve de parar numa música...aquilo já não piava nada - e foi um rol de êxitos que todos conhecemos.

Coimbra, cidade estudantil, vestiu-se a preceito para receber estes senhores. E em boa hora o fez. Foi memorável. Jamais esquecerei.

PS. Obrigado à organizadora pelo enorme esforço na aquisição dos bilhetes. Valeu. E muito!

P.

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